Câncer de boca e garganta aumentam no mundo, causado pelo HPV.

 Um estudo do governo americano relacionou o aumento nos casos de câncer oral no mundo, com a contaminação pelo vírus do HPV (papiloma vírus humano, na sigla em inglês), que pode ser contraído por meio de relações sexuais ou mesmo pelo beijo.
 Segundo os pesquisadores do Centro de Controle e Prevenção de Doença (CDC, da sigla em inglês) dos Estados Unidos, que divulgou a pesquisa, a maior incidência da doença, mais comum na boca e na garganta, pode estar ligado ao sexo oral. Segundo eles, essa prática sexual tem se tornado mais comum, assim como o aumento no número de parceiros, e o início da vida sexual mais cedo, comportamentos ligados à transmissão do HPV.
 De acordo com a pesquisa, o HPV tem sido documentado em vários casos de câncer de células escamosas da orofaringe. Desta forma, a descoberta amplia a gama de risco de obter este tipo de doença, antes atribuído aos fumantes e pessoas que usavam bebidas alcoólicas.
 A infectologista Lily Yin Weckx , da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) faz coro a afirmativa. “A boca é uma porta de entrada para o vírus do HPV, que é contraído principalmente quando se entra em contato com mucosas. E na boca você tem mucosa. Se nela tiver ao menos uma microfissura, como uma afta, gengivite ou algo que não possa ser visto a olho nu, já há perigo de contaminação”, diz a médica.
 Questionada sobre a contaminação pelo beijo e pelo sexo oral, a médica afirma que há mais risco durante o sexo e que a camisinha neste caso não garante total prevenção. “O preservativo não protege 100% contra o vírus, já que o HPV está espalhado por toda a região genital, tanto em homens, quanto em mulheres. O que resolve mesmo é não fazer sexo ou fazer o exame de papanicolau como prevenção para as mulheres. A vacina melhora muito também, apesar de não prevenir contra todos os tipos do vírus. Para o homem, infelizmente, não existe prevenção totalmente efetiva”, informa Lily.
 Os autores da pesquisa americana, Torbjorn Ramqvist and Tina Dalianis se basearam em estudos recentes que fazem a mesma relação. “Pesquisas mostram que o risco de desenvolver o HPV pela boca cresceu com o aumento da prática de sexo oral entre os parceiros que praticam sexo vaginal. Da mesma forma que o beijo de língua foi associado à infecção oral por HPV”, dizem os autores.
 O câncer na orofaringe causado por HPV é o segundo tipo de câncer mais comum ligado ao vírus e, segundo os pesquisadores, sua incidência está crescendo. Eles ainda observam que os casos de câncer de boca e garganta estão aumentando no Reino Unido, Finlândia, Suécia e Estados Unidos, principalmente entre os homens jovens.
 O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos recomenda que meninos e meninas com idades entre 11 e 12 anos sejam vacinados contra a doença. O número de pais contrários às recomendações médicas de vacinar as filhas adolescentes contra o vírus do papiloma humano (HPV), a principal causa de câncer do colo do útero, está em alta, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira.
 Entre as razões citadas pelos pais estão a pouca idade das filhas ou que não são sexualmente ativas, a preocupação com a segurança e com os efeitos colaterais, além da falta de conhecimento sobre a vacina, destaca o estudo publicado na revista americana Pediatrics.
Em 2008, 40% dos pais entrevistados afirmaram que não desejavam vacinar as filhas contra o HPV. Em 2010, o percentual subiu a 44%.
"Este é o caminho contrário que a taxa deveria ter", disse Robert Jacobson, pediatra do Centro Infantil de Mayo Clinic, em Phoenix (Arizona).
As pesquisas demonstram que a vacina contra o HPV é segura e eficaz.
"O HPV causa 100% de câncer do colo do útero e 50% dos americanos foram infectados pelo menos uma vez com o HPV. É uma infecção silenciosa. Não é possível saber quando se está exposto ou quando você tem", completou.
Apesar das dúvidas dos pais, o número de jovens vacinadas está em alta: 16% das adolescentes em 2008 e 33% em 2010.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos recomenda que meninos e meninas com idades entre 11 e 12 anos sejam vacinados contra o HPV, assim como as mulheres de até 26 anos e homens de até 21 anos, caso não tenham sido vacinados anteriormente.
O organismo também recomenda a vacina contra o HPV para homens que mantêm relações sexuais com homens.

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