É certo internar um deficiente mental no manicômio?

    Esta questão no mundo é muito séria para os seres que passam por esta situação, que pelo outro lado a sociedade acha que não passam de loucos, viciados, perdidos, enfim a sociedade discrimina estas pessoas que sofrem em um Hospital Psiquiátricos.
    No final da Idade média ate a Idade moderna houve uma mudança radical desses conceitos, e o doente mental passou a ser possuído pelo demônio, dessa forma antes o tratamento humanitário foi mudado para espancamentos, privação de alimentos, tortura generalizada e discriminada, e aprisionamento dos doentes para que estes se livrassem da possessão.
    No seculo XVII já existiam hospitais para os excluídos socialmente, grupo constituído pelos doentes mentais, criminosos, mendigos, inválidos, portadores de doenças venéreas e libertinos.
    Surgiu no seculo XVIII, Phillippe Pinel, considerado o pai da psiquiatria, que teve o mérito de libertar os doentes mentais das correntes. Os asilos foram substituídos, então, pelos manicômios, estes somente destinados a doentes mentais. Desenvolveram com isso várias experiencias e formas de tratamento nos hospitais Lá Bicetre e Salpetriére que difundiram-se da França para o resto da Europa.
     Os hospitais psiquiátricos no Brasil surgiram no final do século XIX, profundamente influenciados pela psiquiatria francesa e pelo tratamento moral. O primeiro foi o Asilo Pedro II, no Rio de Janeiro fundado em 1853. O Hospício São Pedro de Porto Alegre, hoje Hospital Psiquiátrico São Pedro (HPSP), foi inaugurado em 1884. As atividades de ensino neste Hospital tiveram início em 1908, incentivadas por seu Diretor Dr. Deoclécio Pereira, para os alunos da Faculdade de Medicina,  que atualmente faz parte da UFRGS. Posteriormente, em 1926, inicia-se a grande fase de pesquisas no Hospital, instituída por seu Diretor Dr. Jacyntho Godoy.
     É dentro deste contexto histórico que se encontra o doente mental hospitalizado, agora sujeito de estudo. Eles constituem uma população específica, com perda da sua autonomia e vulneráveis não só em decorrência da própria doença que os afeta, mas também pela situação de abandono que muitas vezes se encontram. Existe uma dificuldade, muitas vezes rechaço para tê-los dentro do meio familiar. Ora indivíduos institucionalizados, com famílias omissas, situação de abandono praticamente colocam este doente numa realidade diferente, inclusive permissiva para pesquisas diversas. Muitas formas de tratamento e inovações foram introduzidas naquela época tais como Insulinoterapia de Sakel, eletroconvulsoterapia de Ugo Cerletti, entre outros métodos de tratamento. A fundamentação teórica para estes procedimentos seria que uma desmontagem da estrutura psíquica proporcionaria uma reconstrução sadia. Foram marcantes os trabalhos do Dr. Godoy no combate à paralisia geral progressiva, de origem sifilítica, tratada pela aplicação de arsênico e bismuto. Descoberta pelo austríaco Professor Wagner von Jaureg, a malarioterapia, foi introduzida pela primeira vez no Brasil, no Hospital São Pedro, com grande sucesso na época


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