O ser o humano é responsável pelo aquecimento global?

Ainda recentemente especialistas diziam que a espessura do gelo do mar Ártico está diminuindo, o aquecimento global está chegando. Depois, falavam da perspectiva de resfriamento global no planeta. E ligavam isso à diminuição da atividade solar. Mas ela afeta apenas em vinte por cento as mudanças climáticas.
 Antes de anunciar seu veredito de que o aquecimento global é de carácter antropogênico, cientistas e representantes de governos de 195 países, incluindo a Rússia, discutiram durante uma semana, em Estocolmo, este problema, diz o chefe do programa Clima e Energia do Fundo Mundial para a Natureza (WWF ) Alexei Kokorin:
 "Infelizmente, de verdade a influência humana, através do aumento do efeito de estufa, é a maior causa do impacto sobre o sistema climático. Apesar de existirem outras formas de influência. Isso é típico de mudanças que ocorrem cada ano ou mesmo em décadas. Mas se tomarmos 50 anos, como diz o relatório, e os 100 anos seguintes, então o impacto humano passa a ser a causa dominante. E podemos dizer isso com uma probabilidade superior a 95 por cento."
 As conclusões do relatório do IPCC da ONU não estão de forma alguma ligadas ao assunto do Protocolo de Quioto e do desejo de influenciar a posição dos países que se recusaram recentemente a renovar seus compromissos para com o documento, diz o diretor adjunto do Centro Internacional para o Desenvolvimento de Energia Sustentável sob os auspícios da UNESCO, Vladimir Berdin:
 "O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas é a organização mais influente nesta área. Não há nenhuma razão para desconfiar de suas conclusões. E também porque eles não tiraram essas conclusões só em teoria. Elas são confirmadas por pesquisas na Antártida, inclusive por cientistas russos. Quanto à não participação da Rússia, Canadá, Japão e dos EUA em compromissos quantitativos no âmbito do Protocolo de Quioto, cada um desses países tinha suas próprias razões. Mas isso não quer dizer que esses países não acreditam no impacto humano sobre o sistema climático. Este fato é reconhecido por todos a nível oficial."
 O fato principal registrado no relatório é o aumento da temperatura do oceano: tando da camada superior como das camadas mais profundas. Esta temperatura está subindo durante os últimos quinze anos. E o fato de que nesse tempo não aumentou a temperatura do ar à superfície é, essencialmente, irrelevante, diz Alexei Kokorin:
 "Em termos de energia do sistema climático o ar não é o essencial, o essencial é o oceano. A principal evidência de que o aquecimento global continua é o aumento da temperatura justamente do oceano. Se fosse apenas a atmosfera e o oceano não estivesse aquecendo, poderíamos, provavelmente, ignorar isso. A quantidade de gelo está realmente diminuindo. Outra coisa é que isso se sobrepõe sobre ciclos naturais, justamente o que vemos no Ártico."
 Este ano há muito mais gelo do que no ano passado. No ano seguinte a situação se repetirá. Mas depois virá de novo um período em que o gelo irá diminuir cada vez mais, enfatiza o especialista. Uma das conclusões mais alarmantes do relatório do IPCC é que o nível do mar vai subir gradualmente. Mas o relatório não afirma em pânico que já amanhã espera-nos um dilúvio. O aumento previsto é de cerca de dois metros até 2200.




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